Até
onde vai a credulidade das pessoas? Essa característica do ser humano deve ser
bastante elástica, pois muita gente se deixa enrolar por certas patranhas cabeludas
que dá no que pensar.
É
nisso que se baseiam os mitos, muitos deles criados para endeusar simples
mortais eventualmente alçados à condição de líderes espirituais ou políticos
(às vezes, as duas coisas juntas).
Na
Coréia do Norte, onde o culto à personalidade é comum, funciona isso. Só assim
para acontecer toda aquela choradeira quando o ditador Kim Jong-il morreu,
recentemente. O pai dele, o velho Kim Il-sung, ditador do país desde a sua
fundação em 1948 e morto em 1994, ainda hoje é cercado por uma aura de heroísmo
com fundamentação puramente mitológica. A ele são atribuídos fatos tão miraculosos
quanto estapafúrdios, como o domínio do tempo e outras maluquices do gênero.
Estudiosos
atribuem essa prática à necessidade de suprimento à carência de qualidades
que efetivamente possam contribuir para
o exercício do poder, como parece ocorrer agora, depois que Kim Jong-il morreu,
deixando o comando do país para seu filho Kim Jong-un. Analistas da política
internacional desconfiaram, desde logo, da falta de predicados mais
consistentes no jovem gorducho para conduzir uma nação, mesmo em se tratando da
Coréia do Norte.

E
surgem mais disparates: a morte de Kim Jong pai está servindo de motivo para
novas espertezas, como a história de um bando de corvos que de repente surgiu
dos céus e se precipitou sobre a estátua do velho Kim Sung (o avô), para
anunciar a ela (estátua) a morte do filho querido. No mesmo dia, aquele no qual
a morte do ditador foi oficialmente anunciada, uma ursa e sua cria foram vistas
à beira de uma estrada, chorando copiosamente (tal e qual o grosso da
população).
Se
a credulidade popular dos norte-coreanos chega à idolatria dos seus líderes,
por outro lado eles não têm muito a se orgulhar dos manipuladores de opinião,
cuja criatividade não mostra condições de avançar além das fantasias sobre
ursos chorões e corvos puxa-sacos. Se, pelo menos, fossem andorinhas ou
falcões...
Em
tempo: O rotundo líder coreano fez aniversário no domingo passado, dia 8 de
janeiro. Não mande telegrama de felicitações, você pode se complicar. Além do
mais, quantos anos ele comemorou?
Crédito fotográfico: Portal G1 (http://g1.globo.com/mundo/)
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