Não, não tem nada a ver com o Hugo Chávez. Nem com nada da política venezuelana. Estamos falando dos raios de Catatumbo. Espere aí, não se assuste! Embora raro, trata-se apenas de um fenômeno natural. Não apenas raro, mas único no mundo. Consiste em relâmpagos de nuvem a nuvem, que ocorrem na foz do rio Catatumbo, lá onde ele desemboca no lago Maracaibo.
Os relâmpagos são permanentes. Eles acontecem sobre a região pantanosa que fica entre o rio e o lago, ocorrendo durante dez horas por noite, 280 vezes por hora, em, pelo menos, 150 dias durante um ano. Isso representa quase um milhão e 200 mil raios por ano.
Os relâmpagos são de alta intensidade, chegando a 400 mil amperes e são visíveis a 400 quilômetros de distância, ocorrendo entre 2 e 10 mil metros de altura. As embarcações pesqueiras que circulam pelo lago Maracaibo usam as luzes produzidas pelas descargas elétricas como iluminação noturna. Por essas razões a tempestade é conhecida como o “Farol de Maracaibo”.
O fenômeno é considerado o maior gerador de ozônio da Terra. Os ventos alísios provenientes dos Andes são os principais causadores da aproximação entre as nuvens. Por outro lado (o de baixo), o gás metano gerado pela decomposição de matéria orgânica no banhado existente na região sobe, por ser mais leve que o oxigênio do ar, provocando o arco elétrico entre as nuvens.
Por se tratar de um fenômeno excepcional e uma grande fonte geradora de ozônio (a camada gasosa que protege a Terra dos raios ultravioletas do Sol), existe um projeto para colocar a área sob a proteção da Unesco. Raios, graças aos céus a coisa é do bem... senão...
Imagens: Diário Insano (http://www.diarioinsano.com.br)
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