sexta-feira, 18 de maio de 2012

Europa revive o Martelo das Bruxas


Malleus Maleficarum é o título de um livro publicado na Alemanha em 1487, de autoria de dois padres dominicanos, Jacobus Sprenger e Heinrich Kraemer. Esta obra, também conhecida como o Martelo das Bruxas ou o Martelo das Feiticeiras, invadiu a Europa inteira na Idade Média e foi o livro de referência para a caça às bruxas desencadeada durante o Renascimento. Inspirado na bula Summis Desiderantes, de 1484, do Papa Inocêncio III, pregava a eliminação de toda e qualquer atividade mística em solo europeu, dando, inclusive, instruções a juízes e tribunais de como proceder para a inquirição e a condenação dos acusados de feitiçaria, geralmente sentenciados à morte na fogueira. A própria Igreja Católica nunca reconheceu a obra e até mesmo a condenou em várias ocasiões. Mesmo assim, muitas pessoas inocentes foram para o sacrifício em nome de um falso sentimento de fé e de salvaguarda dos valores da família e da sociedade da época.
Pois hoje a Europa vive novo clima de caça às bruxas. Com a economia em frangalhos, os países europeus também procuram feiticeiras e feiticeiros por toda parte, na tentativa de encontrar uma fórmula mágica que os tire da penúria em que se meteram, fruto da própria incúria e prepotência, traduzidas na ostentação do status de países ricos, de nações do primeiro mundo e economias desenvolvidas. A idolatria ao deus ouro (e ao seu dileto filho euro) sobre todas as coisas fez com que voltassem as costas ao legítimo desenvolvimento social que, num passado não muito remoto, embalava os lares do Velho Mundo e prometia um futuro radiante para todos.
É bom que de tudo isso se tire uma boa lição: tudo aquilo que sobre um dia também pode cair.


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