Aqui
bem perto, em frente a Praia da Enseada, está o Farol da Ilha da Paz. É um
farol náutico, destinado à sinalização para os navios, especialmente para
aqueles que entram para o Porto de São Francisco do Sul. Agora, também para os
que demandam o Porto de Itapoá, já que entram pelo mesmo caminho, a barra da
Baía da Babitonga.
O
Farol da Ilha da Paz nasceu no comecinho do século passado. Foi inaugurado em
1906, portanto já fez mais de cem anos. Não é um farol assombrado por fantasmas
(mal-assombrado, dir-se-ia antigamente!) É uma pena. Contribuiria para
incrementar o turismo, caso fosse! Não que o sinaleiro seja hoje um adereço
despiciendo, já se viu acima. Mas ter um farol com fantasmas é um charme, não
acham?
Vejam
o caso do Farol de Santo Agostinho, na Flórida (EUA). Construído em 1824, tem
não só um fantasma; tem logo meia dúzia (esses norte-americanos são mesmo uns exagerados!)
Conforme o testemunho de várias pessoas que por algum motivo já viveram no
farol ou junto dele, como zeladores e familiares, e também visitantes eventuais
(durante certo tempo a casa do zelador era alugada para fins de veraneio),
foram vistos vultos: 1) do Dr. Ballard, o antigo proprietário das terras
desapropriadas pelo Governo para a construção do farol, que foi morto por
vizinhos, acusado de grilar as propriedades deles; 2) de um tal Andreu, um
antigo zelador que morreu devido a uma queda quando pintava a parte externa da
torre; 3) de três meninas que morreram quando brincavam com uma traquitana
sobre trilhos construída para levar provisões dos navios para a casa-sede; 4)
de um enigmático personagem etéreo (provavelmente um antigo faroleiro), sempre
vestido de azul (o fantasma) e recendendo a charuto (aliás, segundo dizem, o
cheiro de charuto é constante na parte interna do farol, mesmo sem nenhum
fumante por perto).
De
todos os acidentes fatais registrados, o mais comovente certamente foi o das
três garotinhas. Duas delas eram filhas da Sra. Hezekia Pittee, uma senhora que
havia alugado a casa do zelador para veranear, e uma amiguinha delas, uma
menina afro-descendente. Elas brincavam com uma espécie de vagoneta sobre
trilhos que servia para descarregar suprimentos dos navios, quando o trambolho
se desprendeu e despencou no mar. Os corpos nunca foram encontrados. Embora
continuem vagando constantemente pela área do farol, nunca são vistas juntas.
Os outros fantasmas também só aparecem isoladamente (ainda bem).
Viram
só? Tantos espíritos num lugar só e nós sem um mísero fantasminha para fazer a
fama do nosso Farol da Ilha da Paz! Até em matéria de assombrações somos uma
nação subdesenvolvida! Primeiro mundo já!
Imagem: Sobrenatural (http://www.sobrenatural.org)
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