Os parlamentares brasileiros já perderam de
tudo no Congresso Nacional. Principalmente a ética. Agora teve um que perdeu
uma calcinha. Isso mesmo, uma calcinha feminina. Aconteceu na quarta-feira da
semana passada, em pleno plenário da Câmara dos Deputados. Um deputado chegou
um tanto atrasado para uma votação e, ao se dirigir à Mesa, procurou tirar uns
papéis do bolso do paletó e eis que dele emerge uma calcinha azul e vermelha,
que cai ao chão. O parlamentar não percebeu.
De acordo com os relatos de testemunhas
oculares da história, ou seja, de quem viu a ocorrência de perto, trata-se de
uma espécie de calçola, tamanho regularmente avantajado. O fato poderia ser ainda
mais pitoresco se um segurança não se apressasse em chutar discretamente a peça
íntima para debaixo das cadeiras, de onde uma pressurosa zeladora logo a
recolheu. Suspeita-se que os dois servidores venham a pedir demissão nos próximos dias para viverem dos fartos rendimentos que a sua nobre ação certamente proporcionará. O nome do parlamentar não foi divulgado e agora muitos colegas dele
estão pedindo a instalação de uma CPI para identificar o dito cujo, sob pena da
suspeita recair sobre algum parlamentar inocente. Também não se sabe se o
deputado distraído levava a peça para uso próprio ou se era remanescente de
alguma aventura extra-parlamentar.
Embora o nome do deputado seja mantido sob
cerrado sigilo, vazaram alguns indícios: trata-se de um parlamentar da base aliada
com mais de 50 anos de idade. E deve ser razoavelmente influente, caso contrário a sua identificação já teria vazado. Um dos suspeitos mais visados é o deputado Jair
Bolsonaro (que nem é da "base aliada"), que já reagiu dentro das características típicas de sua conduta:
mandou dizer que é machão de carteirinha e que vai dar um tiro em quem se atrever
a acusá-lo num tète-a-tète eventual.
Acostumados a dar fim a toda e qualquer
ameaça aos parlamentares, seja de que natureza for, os funcionários do Congresso
Nacional trataram de incinerar a prova do crime. E c’est fini.
Imagem: Blog do Robson
Pires (http://www.robsonpiresxerife.com)
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