Um assunto muito em voga atualmente é o
desenvolvimento dos seres humanos e a sua possível (provável seria o termo mais adequado) transmutação para um estado
mais aperfeiçoado num futuro (não muito) remoto. Dessa discussão estão
participando cientistas das mais diversas áreas do conhecimento, mas são os
filósofos que dão as tintas do que seria a “geração do futuro” ou, nas palavras
da maioria deles, a espécie do pós-humano.
Compilando as lucubrações de muitos desses pensadores, pode-se também chamar
aquilo que eles projetam para a posteridade de Homo selectus, na senda da história do desenvolvimento da raça, que
assim prosseguiria a sua trajetória iniciada pelo Homo habilis ou pelo Homo
erectus (depende da interpretação – tem gente que garante que nem todos os
humanos, especialmente os machos, tem o gene do erectus), até o atual estágio do Homo sapiens.
Realmente, se confirmadas as previsões dos
estudiosos (e tudo indica que serão), teremos no futuro o ser humano
configurado de acordo com uma receita pré-elaborada. A preocupação é saber por
quem. Com efeito, já hoje é possível a geração de fetos in vitro, como se denomina a técnica de criar embriões humanos em
laboratório. A evolução dessa técnica certamente convergirá para a
possibilidade de ser conduzida de forma a gerar seres de acordo com as vontades
ou conveniências dos direta ou indiretamente interessados. Trocando em miúdos:
será possível manipular a técnica de fertilização de forma a gerar uma criança
do sexo “a” ou “b” (ou “c” ou “d”, sabe-se lá). loira ou morena, de estatura
alta ou baixa, de olhos azuis ou pretos e assim por diante. Alguns desses
atributos já podem ser alcançados com o estágio técnico atual, mas ela (a
técnica) tende a evoluir – e muito! – até um ponto em que as próprias
características de ser humano venham
a ser alteradas. Estaria então criado o pós-humano
ou o Homo selectus, como queiram.

A preocupação procede. A par dos notáveis
avanços tecnológicos e do inquestionável desenvolvimento da ciência em todas as
suas áreas, muitos homens (e muitas mulheres também) estão apresentando uma
estrambólica tendência ao inusitado, aos comportamentos alienados que
constituem as características principais daquela subespécie de Homo stultus acima mencionada. Com
efeito, enquanto alguns estão procurando encontrar o bóson de Higgs, a maioria está mesmo preocupada com o bumbum da Mulher
Melancia (entre outras). A pensar que essa maioria teria a chave da
configuração genética da raça futura, certamente veríamos, num primeiro
momento, o mundo impregnado de cópias fiéis (ou infiéis) de Neymares e de
Biebers, de Madonnas e de Bündchens. Só num primeiro momento, claro. Num
segundo e num terceiro, e por aí afora, a humanidade certamente continuará o
processo, até alcançar – de novo – a condição de viver em jaulas. E então não
se saberá quem vai tomar conta do zoológico. Mas a vida continua...
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