Fica
nos EUA, como não podia deixar de ser. Na cidade de San José, Califórnia. Tem
180 quartos (originalmente eram oito) e corredores que não levam a lugar algum
(parece algumas obras públicas brasileiras). Está aberta ao público e você pode
conhecê-la. Basta acessar o site http://www.winchestermysteryhouse.com/ e adquirir um ingresso. Mas como é mesmo a tal
casa? Vamos à história.
Certamente você já ouviu a palavra winchester. E certamente a associou a
uma arma de fogo. Está certo. Os Winchester, na época do patrono William Wirt
Winchester, amealhou grande fortuna com a fabricação de uma espécie de fuzil
que recebeu o nome da família. Os fuzis Winchester ficaram tão famosos nos
Estados Unidos que a marca virou sinônimo do tipo de arma, algo assim como a francesa
Gillette em relação às lâminas de barbear. No ano de 1886 o já milionário
William casou-se com a jovem Sarah Pardee. Logo depois do casamento eles
tiveram uma filha, Anne Pardee Winchester. A menina morre poucos anos depois,
num surto de tuberculose. A mãe ficou inconsolável e o casal decide ter outra
criança. Inutilmente, Sarah nunca mais engravidou.
Já ostentando o título de um dos cidadãos mais ricos
dos EUA, William morre misteriosamente em 1881. Pouco depois da sua morte,
estranhos fatos começam a ocorrer na mansão da família, em San José. Tudo
começou numa noite, com estranhos barulhos nos quartos, cuja origem a viúva
Sarah não conseguiu descobrir. Os fenômenos intrigantes passaram a se repetir
todas as noites, exatamente como naquelas histórias de fantasmas ou de poltergeist que você tantas vezes ouviu.
Desesperada com a situação, Sarah procurou ajuda de
várias formas, até que encontrou uma médium espírita, que visitou a casa e lá
pernoitou algumas vezes. Após ter estudado o caso, a médium afirmou que o
espírito de William continuava ali e que era perseguido pelos espíritos de
várias dezenas de vítimas das armas Winchester, sedentas de vingança.
Aconselhou Sarah a construir quartos suplementares na casa, um para cada
espírito-vítima, que assim deixariam de perseguiu o (agora) pobre William.
E assim foi feito. Sarah contratou uma empresa
construtora. Durante a noite, ela sonhava com determinado espírito-vítima que a
informava de como queria o seu quarto. No dia seguinte as instruções eram
passadas ao mestre de obras e este planejava o local do quarto (desde que o
espírito não tivesse ordenado algo diferente). Se o espírito não ficasse
satisfeito com o “seu” quarto, voltava a atormentar Sarah. E o quarto era
demolido e outro construído. A casa foi aumentando. Alguns quartos não tem
ligação com nada, estão completamente isolados e alguns só tem acesso para o
espaço vazio. Corredores e escadarias formam um intricado labirinto sem
sentido.
O quarto mais importante da casa é chamado de “quarto
azul”. É ali que Sarah fazia as suas vigílias e aconteciam as sessões de
espiritismo. É conhecido como uma passagem desta dimensão para a dimensão dos
mortos.
Sarah morreu em 1922, aos 83 anos de idade. Morreu
enquanto dormia, sem nenhuma doença aparente. Após sua morte as “obras” foram
interrompidas e um grupo de investidores comprou a casa com o objetivo de
transformá-la numa atração turística. Até hoje, segundo consta, os espíritos
ainda estão irrequietos, fazendo barulho à noite, gritando e arrastando objetos
inexistentes, pois não há mobília nos quartos. Também misteriosamente, ninguém
consegue contar exatamente quantos quartos a casa tem atualmente. Estima-se que
sejam 160, além de 47 lareiras e mais de 10.000 janelas. Cada vez que uma
contagem dos quartos é feita, encontra-se um número diferente.
Imagem:
http://www.alemdaimaginacao.com
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