terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Barcos não fez xixi. Nem aqui, nem ali


Sabe aquela musiquinha chata da campanha na TV: “se tem vontade de fazer xixi / não faça aqui, não faça aqui...?
Pois é. Domingo passado, o jogador Barcos, do Palmeiras, levou a coisa tão a sério que perdeu o avião que levou a delegação de volta a São Paulo (o Palmeiras jogou contra o São Paulo em Presidente Prudente, no Interior paulista). É que ele foi indicado para fazer o teste antidoping e precisava coletar material. Em suma, fazer xixi para os exames. O atleta só conseguiu urinar quase uma hora depois e perdeu o vôo. Foi obrigado a voltar de automóvel, no carro do médico palmeirense, que levou seis horas e meia na viagem de retorno.
Tem musiquinha que pega...

Mas por que jogar em Prudente?
Por falar em jogo na cidade de Presidente Prudente entre dois dos principais times de futebol do país, surge a pergunta: por que jogar tão longe (560 km) da Capital paulista, onde ficam as sedes de ambos?
Porque a televisão é o que importa, claro! A constatação sugere que, cada vez mais, os clubes de futebol jogam para a TV. O público em si mesmo já não importa mais. Não tanto, pelo menos. O avanço da tecnologia, aliado à violência das torcidas nos estádios, está conduzindo as coisas para a simples produção de espetáculos, que ficam melhor se assistidos confortavelmente na própria casa do torcedor, escarrapachado num sofá ou numa poltrona, com uma cervejinha ao lado e demais comodidades pertinentes à situação...
Muito diferente do que enfrentar um trânsito maluco nas ruas, ameaças de briga nos estádios (e nas ruas também), um calor sufocante debaixo de um sol escaldante (às vezes de chuva irritante), uma visão distorcida do jogo e sem nenhum direito a replays. Sem falar nos preços dos ingressos, que estão custando os olhos da cara (talvez por isso mesmo o torcedor não consegue ver o jogo direito...)
Com o constante aperfeiçoamento das imagens televisivas e com o próximo advento delas em três dimensões, a TV fica cada vez mais perto de acabar com – ou reduzir ao máximo – o público dos estádios.
Daí que os clubes nem precisam mais se preocupar em construir ou reformar seus “próprios”. Bastará que construam – pode até ser em consórcio – uns campos em locais ermos e impróprios para outras finalidades, até inóspitos como o Deserto do Saara ou as estepes da Sibéria.
Já imaginaram um Fla-Flu (ou um Atle-Tiba, por que não?) jogado na Groenlândia, debaixo de neve e com uma temperatura de trinta graus negativos? Que belo espetáculo televisivo, não seria, né mesmo? E em 3D, ainda por cima! Os jogadores? Bem, com certeza eles já deverão estar suficientemente aquecido$$$.
Fotografia: Portal Terra Esportes(http://esportes.terra.com.br)

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