Produtores de trigo do Paraná
estão alarmados com os preços praticados pela concessionária da malha
ferroviária do Estado, a América Latina Logística (ALL). Apesar de estar a
cerca de 70% do teto estabelecido pela agência reguladora ANTT (Agência
Nacional de Transportes Terrestres), o preço se equipara ao do transporte
rodoviário na maioria dos casos e até maior, quando o produtor precisa recorrer
ao transporte intermodal com maior intensidade. Isso fica claro quando
imaginamos que não há trem que consiga chegar aos campos de produção para fazer
o carregamento.
O problema é sério, pois o
encarecimento do transporte provoca uma redução na margem de lucro do produtor.
Esse fator vem causando uma queda na área de plantio, por desestímulo. O
Paraná, que é o maior produtor nacional respondendo por cerca de metade da
produção brasileira, teve uma redução de 330 mil hectares na área plantada, nos
últimos dois anos. Isso significa uma redução de quase um terço da área
plantada e faz com que cresça a importação do trigo argentino, atualmente na
faixa de 4 milhões de toneladas/ano. Em 2009 e 2010 o Brasil chegou a importar
trigo do Canadá e dos EUA, pois havia “ruídos” na relação comercial
Brasil-Argentina.
Parece incrível que o trigo
produzido lá no Canadá chegue aos moinhos brasileiros com mais facilidade que o
trigo plantado nos nossos campos auri-verdes. Alguma coisa não deve estar
certa. Ou os estrangeiros são muito inteligentes ou nós é que somos burros
demais. É necessário e urgente que os nossos órgãos públicos focalizem o
problema com seriedade e apresentem uma solução. Talvez dê tempo: a nova safra
deve ser plantada a partir de março próximo. Fica aqui o nosso brado retumbante
(de protesto).
Fotografia: Google: (http://www.google.com.br)
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