terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Trigo brasileiro nas mãos da bur(r)ocracia


Produtores de trigo do Paraná estão alarmados com os preços praticados pela concessionária da malha ferroviária do Estado, a América Latina Logística (ALL). Apesar de estar a cerca de 70% do teto estabelecido pela agência reguladora ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), o preço se equipara ao do transporte rodoviário na maioria dos casos e até maior, quando o produtor precisa recorrer ao transporte intermodal com maior intensidade. Isso fica claro quando imaginamos que não há trem que consiga chegar aos campos de produção para fazer o carregamento.
O problema é sério, pois o encarecimento do transporte provoca uma redução na margem de lucro do produtor. Esse fator vem causando uma queda na área de plantio, por desestímulo. O Paraná, que é o maior produtor nacional respondendo por cerca de metade da produção brasileira, teve uma redução de 330 mil hectares na área plantada, nos últimos dois anos. Isso significa uma redução de quase um terço da área plantada e faz com que cresça a importação do trigo argentino, atualmente na faixa de 4 milhões de toneladas/ano. Em 2009 e 2010 o Brasil chegou a importar trigo do Canadá e dos EUA, pois havia “ruídos” na relação comercial Brasil-Argentina.
Parece incrível que o trigo produzido lá no Canadá chegue aos moinhos brasileiros com mais facilidade que o trigo plantado nos nossos campos auri-verdes. Alguma coisa não deve estar certa. Ou os estrangeiros são muito inteligentes ou nós é que somos burros demais. É necessário e urgente que os nossos órgãos públicos focalizem o problema com seriedade e apresentem uma solução. Talvez dê tempo: a nova safra deve ser plantada a partir de março próximo. Fica aqui o nosso brado retumbante (de protesto).
Fotografia: Google: (http://www.google.com.br)

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