sexta-feira, 9 de março de 2012

Campanha anti-sacola é questionada


Em São Paulo, uma campanha da Apas (Associação Paulista de Supermercados) visando eliminar a utilização de sacolas plásticas intitulada “Vamos tirar o planeta do sufoco” foi suspensa por decisão unânime da 1ª Câmara do Conselho de Ética do Conar, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária. A campanha vinha sendo divulgada em jornais e TV, além de ser feita por meio de cartazes no interior dos supermercados paulistas.
A decisão do Conar se baseou em evidências de má-fé dos estabelecimentos representados pela Apas e foi taxada de “propaganda enganosa”. Um dos tópicos destacados na decisão foi a definição de “sacolas descartáveis” para as embalagens plásticas e a frase “utilize embalagens reutilizáveis”. Na verdade, a sacola plástica não é totalmente descartável e não deixa de ser um produto reutilizável.
Em 31 de janeiro passado este blog já publicou uma nota sob o título “Trocando plástico por plástico” (veja no marcador “meio ambiente”, no bloco “navegação” do blog - coluna à direita), condenando a intenção dos supermercados paulistas em banir as sacolas. Naquele momento ainda não havia sido deflagrada a campanha, mas já existia a intenção, manifestada em várias matérias que circulavam pela internet e pela mídia. A suspeita do blog foi confirmada pelo Conar, de um objetivo econômico por trás da iniciativa supermercadista, pois os estabelecimentos sempre embutiram o custo das embalagens no preço das mercadorias. Agora, através de uma artimanha disfarçada de campanha ecológica, querem transferir este custo para os consumidores sem alterar os preços. Em outras palavras, os consumidores vão pagar por um produto que não vão levar.
O questionamento deste blog em janeiro aconteceu em função da reutilização das sacolas plásticas. Cerca de 90% delas é reutilizada para acondicionar lixo orgânico doméstico. Sem as sacolas, as pessoas passarão a adquirir embalagens específicas para o lixo, que também são de plástico (por isso o título “Trocando plástico por plástico”). Que as sacolas plásticas entopem os lixões Brasil afora não resta dúvida. Mas trocar esse plástico por outro plástico vai resolver o problema?
Outro questionamento deste blog: o tempo para degradação do plástico é mesmo de 100 ou 200 anos? Então porque as sacolas nas quais eu mesmo acondicionei alguns produtos para serem guardados no sótão já estão se desmanchando se foram utilizadas há pouco mais de um ano? Na verdade não dá para acreditar nessa história de 100/200 anos, pois ninguém sabe ao certo quanto tempo leva e todo mundo chuta.
Até parece que sou um antiecologista, mas não é o caso. Sou apenas um realista que não concorda com o terrorismo ecológico (e muito menos com as espertezas praticadas contra o bolso do povo).
Imagem: Portal Folha/UOL (http://www1.folha.uol.com.br)

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