terça-feira, 27 de março de 2012

Educação terá 1,8 bi por ano. Na roça.


Nesta segunda-feira (ontem), a presidente Dilma Roussef anunciou um upgrade no setor do ensino brasileiro, com a destinação de 1,8 bilhão de reais por ano, além da aquisição de 8 mil ônibus e 2 mil lanchas para o transporte escolar. Mas esse incentivo tem um destino específico: a educação na área rural. A realidade, porém, é outra: a educação auriverde clama por socorro em todas as áreas e, segundo se consegue apurar, a situação nas escolas urbanas não é melhor que nas da roça.

O anúncio foi feito no lançamento do Programa Nacional de Educação no Campo – Pronacampo – ocasião em que a presidente afirmou, com toneladas de razão, que a educação tem um papel estratégico na transformação do país e que precisa ser estendida a todos. Os recursos a serem destinados ao Pronacampo serão aplicados, basicamente, na infraestrutura das escolas e na capacitação de professores.

A providência é altamente positiva e vem num momento crucial (embora relativamente atrasado), em que o mundo inteiro volta seus olhos para o futuro e para o desenvolvimento tecnológico que está transformando o mundo. Mas é insuficiente. A educação brasileira, pelo menos pelo que se vê nas escolas públicas, está um caos. A baixíssima remuneração dos mestres é um dos motivos básicos, mas não é o único. Falta infraestrutura, o estado físico das escolas é péssimo, falta material de ensino ou é inadequado, e por aí vai. Mas o maior problema, segundo todas as evidências, é a famigerada política da “progressão continuada”, ou “progressão automática”. Trocando em miudos, o aluno não precisa mais estudar para passar de ano. Se ele não passa por méritos próprios, é “empurrado”. Sem precisar estudar para passar de ano, acaba a motivação e é aí que acaba todo o incentivo para a aplicação do educando.

A julgar a política educacional da presidente, talvez seja melhor mandarmos nossas crianças para a roça. Certamente vão aprender melhor que na cidade. Se a carteira escolar e o quadro negro não adiantarem, o cabo da enxada é uma excelente ferramenta de ensino.

Fotografia: MEC (http://www.brasil.gov.br

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