Nesta segunda-feira (ontem), a presidente Dilma Roussef
anunciou um upgrade no setor do ensino brasileiro, com a destinação de 1,8
bilhão de reais por ano, além da aquisição de 8 mil ônibus e 2 mil lanchas para
o transporte escolar. Mas esse incentivo tem um destino específico: a educação
na área rural. A realidade, porém, é outra: a educação auriverde clama por
socorro em todas as áreas e, segundo se consegue apurar, a situação nas escolas
urbanas não é melhor que nas da roça.
O anúncio foi feito no lançamento do Programa Nacional de
Educação no Campo – Pronacampo – ocasião em que a presidente afirmou, com
toneladas de razão, que a educação tem um papel estratégico na transformação do
país e que precisa ser estendida a todos. Os recursos a serem destinados ao
Pronacampo serão aplicados, basicamente, na infraestrutura das escolas e na
capacitação de professores.
A providência é altamente positiva e vem num momento crucial
(embora relativamente atrasado), em que o mundo inteiro volta seus olhos para o
futuro e para o desenvolvimento tecnológico que está transformando o mundo. Mas
é insuficiente. A educação brasileira, pelo menos pelo que se vê nas escolas
públicas, está um caos. A baixíssima remuneração dos mestres é um dos motivos
básicos, mas não é o único. Falta infraestrutura, o estado físico das escolas é
péssimo, falta material de ensino ou é inadequado, e por aí vai. Mas o maior
problema, segundo todas as evidências, é a famigerada política da “progressão
continuada”, ou “progressão automática”. Trocando em miudos, o aluno não
precisa mais estudar para passar de ano. Se ele não passa por méritos próprios,
é “empurrado”. Sem precisar estudar para passar de ano, acaba a motivação e é
aí que acaba todo o incentivo para a aplicação do educando.
A julgar a política educacional da presidente, talvez seja
melhor mandarmos nossas crianças para a roça. Certamente vão aprender melhor
que na cidade. Se a carteira escolar e o quadro negro não adiantarem, o cabo da
enxada é uma excelente ferramenta de ensino.
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