terça-feira, 27 de março de 2012

Hoje é o Dia do Circo.


Comemora-se hoje no Brasil o Dia do Circo. A data é uma homenagem a Abelardo Pinto, um cidadão nascido em Ribeirão Preto, no Estado de São Paulo, em 27 de março de 1897. Atuando como palhaço de circo com o cognome de Piolin, alegrou o público, em especial as crianças, com seu humor e criatividade, por mais de 30 anos. Já nasceu dentro de um circo. Até o presidente da República na época, Washington Luiz, costumava assistir as apresentações do palhaço no Circo Piolin, que ele próprio mantinha no Largo do Paissandu, em São Paulo.

Bons tempos aqueles em que, para assistir a uma palhaçada, as pessoas costumavam ir a um circo. Hoje não é mais preciso. Podemos assistir a palhaçadas em casa mesmo, diante da TV, em cores ou até em HD. O problema é que, no caso desse tipo de palhaçada, os palhaços da história geralmente somos nós mesmos.

Ao palcos, por sua vez, são outros, não mais os circos. Na maior parte das vezes são instituições públicas, onde o espetáculo é protagonizado em torno do nosso rico dinheirinho, já então entronizado como finanças públicas. Um exemplo bem claro é o caso das ameaças de pilhagem das ditas finanças públicas mostradas pela TV Globo no domingo retrasado e engendradas por um bando de empresários interessados em faturar alto participando de um processo licitatório fictício. Você não se sentiu um verdadeiro palhaço diante do que foi mostrado? Pois saiba que tem mais, muito mais coisas escabrosas, atrás daquelas cortinas. Um verdadeiro circo dos horrores. Tanto é que neste último domingo a mesma TV voltou a noticiar novos trambiques. São prefeituras, secretarias e órgãos públicos de forma generalizada, todos contaminados pelo vírus da ladroagem. Mas será que é preciso uma emissora de TV para denunciar essas falcatruas? Não existem institutos oficiais para fazer essa averiguação? O que estão fazendo os Tribunais de Contas, o Ministério Público, as Câmaras de Vereadores (he, he, he)?

Mas os palcos mais constantes dessas palhaçadas são as dependências do famoso Congresso Nacional. Transformado num autêntico circo dos horrores, ele é insuperável na produção dos espetáculos de rapinagem do erário, tendo por protagonistas as excelências parlamentares que infelizmente o povo brasileiro ainda elege. Estão agora em guerra contra a presidente da República, querendo cargos e benesses, caso contrário não aprovam – e às vezes nem discutem – as matérias de interesse da Nação. O povo brasileiro – e o próprio país – vai ser prejudicado com essa situação? Bem, isso é apenas um detalhe de somenos importância, não interessa aos nossos nobres parlamentares. O interesse particular de cada um é prioritário, lógico!

E o que dizer do nobilíssimo senador Demóstenes Torres, que já foi presidente da douta Comissão de Constituição e Justiça do Senado, mais uma vez envolvido numa trambicagem com o sinistro bicheiro Carlinhos Cascata (ou coisa que o valha). Pediu três mil reais para pagar uma corrida de táxi aéreo. De envergonhar quem ainda tem coragem de se declarar honesto, como diria o histórico Rui Barbosa. Na Inglaterra, o tesoureiro do Partido Conservador pediu o equivalente a 700 mil reais para “facilitar” o acesso ao primeiro-ministro David Cameron (do mesmo partido). Depois de descoberta a vigarice (também pela TV) o acusado pediu demissão do cargo. Aqui nas hostes auriverdes, Demóstenes posa de vestal e ainda investe contra os acusadores como se fosse uma vítima de conchavos. Pobre Brasil.

O pior da história é que o fim dos espetáculos não tem previsão para acontecer a curto prazo.

Imagens: E.E.B Arno Zadrozni (http://arno-zadrozny.blogspot.com.br)

Nenhum comentário: