Nos países do Norte da Europa o povo comemorou, na noite de ontem para hoje (segunda para terça-feira), a “Noite de Walpurgis”. É uma espécie de festa das bruxas (e dos bruxos), cujas origens remontam à época pré-cristã, quando as tradições celtas festejavam o “fogo benéfico”, ou Beltaine, em honra de Belenos, o deus do fogo. O objetivo era saudar o fim da época de frio e a chegada dos tempos da semeadura e das colheitas. Obviamente, é uma festa de origens pagãs, mas foi adaptada para a difusão do cristianismo na região. Conta a lenda que Santa Walpurgis, uma monja que viveu no convento beneditino de Heidenheim, na Alemanha, por volta do fim do século VII e início do século VIII, foi levada a assistir a um sabath de bruxas e demônios da montanha de Blacksberg, na cordilheira de Harz, por obra e graça do próprio diabo-mor. Esses festivais demoníacos coincidiam sempre com a festa de beltaine e Walpurgis os combatia ferozmente em suas pregações. Chegando ao local, a monja pregou o ensinamento cristão com tanta empolgação que, segundo consta, por pouco não convenceu o próprio demo. Mas a santa acabou sendo morta e foi enterrada lá mesmo, na parte oca de uma rocha, da qual passou a escorrer constantemente uma espécie de betume, ao qual são atribuídas qualidades medicinais milagrosas, chamado de óleo de Walpurgis. Hoje existe uma igreja no local.
Na Suécia comemora-se também, nesta data, o aniversário do rei Carlos Gustavo, mas a festa da bruxaria não é uma homenagem a ele, que (pelo que se sabe) não tem nada a ver com os bruxos.
No coração dos brasileiros fica uma dúvida: se, no ocaso de abril, os norte-europeus comemoram o fim do frio com uma festa das bruxas, o que nós poderíamos comemorar com ta chegada do frio? A festa dos trouxas*? Talvez sim, levando em conta o contexto pátrio que estamos vivendo.
* - Quem tem algum conhecimento da saga do Harry Potter certamente entendeu a tirada.
Fonte: O Baú da História
(http://obaudahistoria.blogspot.com.br)
Nenhum comentário:
Postar um comentário