Alhos e bugalhos. Bugalhos e bagulhos. Você
já não está farto de encontrar bagulhos chineses por toda parte? Mesmo os que
costumam passar ao largo das lojinhas de R$ 1,99, redutos infalíveis da
quinquilharia chinesa, já devem ter se deparado com produtos made in China em diversos e variados locais.
O problema não é só brasileiro. Quem agora está preocupado com a invasão
chinesa são os patrícios d’além mar. E o alvo da gritaria lusa não é nenhum daqueles
produtos baratinhos e ordinários normalmente encontrados nas lojinhas. Trata-se
de alho.
Isso mesmo. De alho. Cientificamente
conhecido como allium sativum, essa
planta cujo bulbo não só é comerstível e largamente empregado como condimento
como também usado com fins medicinais, é normalmente vendido nas feiras de
Lisboa. E o alho chinês agora invadiu o beco, sendo oferecido em algumas bancas
a preços inferiores a três euros por quilo. O produto português sai por cinco
reais. As donas de casa lusitanas, é claro, estão preferindo o produto
asiático, pouco se importando com a defesa dos interesses econômicos
portugueses. Afinal de contas, alho é alho em qualquer lugar, até mesmo na
China.
Os economistas da terrinha já encontraram a
explicação para o custo mais baixo do alho oriental. Na China, segundo eles (e
segundo o resto do mjundo), os camponeses tem renda baixíssima, chegando perto
da condição de trabalhadores escravos. Além disso, as plantações são feiras em
larga escala. O transporte também é barato, pois o alho não exige nenhum tipo
especial de embalagem e tampouco de refrigeração.
Mas resta um consolo aos patrícios de
além-mar: Portugal só produz 30% do alho consumido nos lares lusitanos e
precisa mesmo importar o resto. Seja da China ou de outros lugares.
Diferentemente do Brasil, que produz todo o alho consumido no território
nacional. Podemos dizer aqui: o alho é nosso! (pelo menos isso).
Mas a preocupação dos gajos lusitanos tem sua
razão de ser. Pelo preço com que entra no mercado português, o alho da China
pode arrebentar com os produtores locais. Pois é claro, ó pá! Quem pagaria €
5,00 por quilo do produto, se pode pagar 3,00? Nem mesmo os portugas, merrmão!
Alho
negro nos restaurantes do Brasil
Por falar em alho, você conhece o alho negro?
Está entrando no cardápio dos brasileiros, disponível já há uns dois anos em
vários restaurantes de várias capitais, principalmente aqueles que trabalham
com pratos orientais.
O alho negro, na verdade, não é outro senão o
bom e velho alium sativum, aquele
mesmo que os portugueses estão importando da China. Ele adquire a cor negra ao
ficar armazenado em estufa, com temperatura e luminosidade controladas, por um
período de três semanas a um mês. Nesse período ele fermenta, sua casca fica
dourada e a polpa negra. Adquire um sabor mais suave, lembrando o defumado.
Foi “inventado” no Oriente. Japão ou Coréia
do Sul, ninguém sabe ao certo (talvez em função da aparência do povo). E – não
podia ser diferente – é utilizado predominante em pratos asiáticos. Chineses,
inclusive.
Imagem:
http://www.virbrandi.com
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