Você também se sente melancólico nas tardes
de domingo? Cuidado, esse estado pode representar um passo importante no
processo de involução da espécie humana. Domingo é o dia da inversão. Acontece o
inverso (ou quase isso) do que normalmente ocorre nos outros dias: para a
maioria não há trabalho (pelo menos o rotineiro), acorda-se tarde, come-se bem
e fartamente, alguns bebem, é possível dormir de dia, normalmente tem futebol
(para os que gostam), cinema, etc, etc. Em outras palavras, é sair da rotina.
É um dia de calma. A calma vai invadindo a
alma da gente e se espraia pelo corpo todo, provocando um torpor, uma
languidez, que acaba num esmorecimento dos sentidos chegando às raias da
tristeza.
Isso no domingo à tarde (toda a tarde), ao
contrário do domingo pela manhã, quando tudo parece alegre, famílias preparando
o almoço domingueiro, churrasco em muitas casas, crianças correndo e
brincando... enfim, alegria à solta. A tarde do domingo parece ser o inverso da
manhã do mesmo dia. O clima fica mais pesado, mais melancólico, mais triste. Há
pessoas que têm essa sensação ao fim da tarde, outros durante a tarde toda e
outros, ainda, nem sequer a percebem. Depende da sensibilidade de cada um.
O fenômeno ainda carece de uma investigação
mais profunda, embora exista uma série de explicações mais ou menos empíricas,
a principal delas traçando alguma ligação com a expectativa do trabalho na
segunda-feira, de uma semana agitada ou de compromissos pouco agradáveis no dia
seguinte. Mas a sensação de tristeza acomete também aqueles que não têm
qualquer tipo de obrigação nos dias seqüentes, como os aposentados e pessoas em
férias. A impressão é de que a tristeza é contagiosa e que a tarde de domingo
representa algum tipo de agravante. O que seria?
Outra explicação se refere a uma pausa
natural do organismo humano marcando a transposição de um pequeno ciclo de
atividades representado pela semana. Tenham compromissos em perspectiva ou não
tenham, o organismo das pessoas (incluindo – principalmente – o psíquico)
também se vincula aos ciclos e inconscientemente o indivíduo tende a
elanguecer, torna-se abatido e esse estado leva a uma inevitável sensação de
tristeza e melancolia. Nessa situação o inconsciente humano provocaria um
auto-isolamento espontâneo no qual a pessoa tende a fechar-se em si mesma.
Como sempre tem alguém querendo tirar
proveito de tudo, parece que esse estado é matéria prima ideal para as redes de
televisão. Nas tardes de domingo elas apresentam a programação mais repleta de
futilidades de toda a sua grade semanal, tendente mesmo a provocar a
imbecilização dos desavisados telespectadores, já naturalmente contaminados
pelo tédio do momento. A depender dos propósitos de faustões, gugus e
assemelhados podemos concluir que o pós-humano acabará sendo a negação do
darwinismo.
Domingo
1: (http://olhares.uol.com.br)
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