sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Betelgeuse vai explodir. Cuidado!


Na esteira das fantasias sobre o apocalipse esperado para o fim deste ano, por conta do famoso calendário maia, não apareceu por aí uma teoria de que o nosso planeta seria iluminado por um segundo sol, que brilharia dia e noite, tornando a vida humana simplesmente insuportável devido às suas implicações cósmicas? Estou inclinado a acreditar que sim, que de fato uma teoria desse tipo tenha sido lançada em algum lugar, só não lembro aonde.
Primeiro, é preciso considerar que o fim do mundo, inicialmente marcado para o dia 21 de dezembro de 2012, corre o risco de ser adiado por problemas técnicos. O cronograma oficial deve ter sido confiado a algum técnico do Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil que, como de costume, errou os cálculos. A nova data ainda não foi marcada, mesmo porque continuam em discussão os termos do contrato aditivo a ser firmado entre as partes, evidentemente com uma substancial revisão das cláusulas financeiras.
Mas, voltando ao tal “segundo sol”. Um cientista inglês, Brad Carter, da University of Southern Queensland, está anunciando que uma estrela gigante, da constelação de Orion, chamada Betelgeuse (seu nome oficial é Alpha Orionis), está prestes a explodir, de tão velha que é. Segundo os astrônomos, uma estrela, quando atinge o fim da sua vida útil, tende a se expandir desordenadamente até explodir. É o caso da Betelgeuse, atualmente classificada como uma supernova (não se sabe exatamente o porquê, mas quando os astrônomos chamam uma estrela de supernova é porque na verdade ela está supervelha). Essa explosão pode acontecer a qualquer momento, dentro de mais ou menos mil anos, e o tal de Brad Carter diz que está prestes a ocorrer. Como Betelgeuse (que em árabe significa “o braço do meio” – sabe-se lá o que isso quer dizer!) está a “apenas” 450 anos-luz da Terra, a sua explosão será sentida aqui. O tamanho dela é meio considerável: se o nosso Sol fosse do tamanho de uma bola de futebol, Betelgeuse seria do tamanho do Maracanã (na imagem é possível visualizar a comparação). Assim, teríamos luz gratuita dia e noite. Boa notícia para os planejadores do sistema elétrico brasileiro, que estariam temporariamente dispensados da árdua tarefa de projetar um reforço na disponibilidade de energia, e também para os consumidores de eletricidade, que teriam suprimido a incidência da taxa da Cosip nas suas contas mensais, naturalmente por iniciativa do Procon. Mas a iluminação extra da Betelgeuse só vai durar uns três ou quatro meses. Depois ela se apagará definitivamente, seguindo o mesmo destino do Ronaldo Fenômeno.
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2 comentários:

Maria de Fátima disse...

Achei bem interessante a ponderação feito em torno dessa estrela, e também o conhecimento físico das estrelas que também como nos envelhecem... só que nos não explodimos certo? Vou repassar esta postagem para meu irmão que e professor de Astronomia na Escola Naval do RJ, e vamos ver a opinião dele de forma técnica. Um forte abraco amigo Otto e mais uma vez obrigado por dividir conhecimentos. Sua amiga. Fátima.

otto horst disse...

Cara Fátima:

Muito me alegrou a sua apreciação quanto ao meu blog e espero merecer sempre as suas gentis atenções. Agora estou apreensivo quanto aos "puxões de orelha" que poderão vir de uma análise técnica e acurada do texto sobre a estrela Betelgeuse (embora tendo a certeza de não ter escrito nenhum absurdo, com exceção das brincadeiras do texto). Claro que não sou um especialista nessa área e o texto publicado decorre de pesquisas feitas na internet (que não podem ser muito profundas porque acabam tomando muito tempo e inviabilizam a produção de outros textos).

Brincadeiras à parte, fico feliz ao saber que terei mais um leitor e, ainda por cima, um profissional da área de Astronomia. Espero agradar. Fico muito grato pelo comentário, Fátima. Venha sempre com observações sobre minhas matérias.

Um abraço fraterno,
Otto Horst