Quem
alerta as plantas quanto às mudanças de estação? A percepção desses seres vivos
quanto às oportunidades corretas para melhor se adequarem aos humores da
natureza às vezes dá uma escorregadela. Como agora, quando um inesperado
“veranico” se intromete nas agruras de um inverno razoavelmente rigoroso na
região sul do Brasil. Por falta de aviso, algumas árvores entenderam que já
estaríamos no início da primavera e começaram a florir. Melhor para os homens
que podem apreciar mais cedo a beleza da floração dos ipês de Curitiba,
tornando a capital paranaense ainda mais bonita. Como, aliás, acontece em todas
as primaveras, quando muitas ruas da cidade parecem tapetes tingidos de amarelo
e azul-violeta.
O
ipê é a árvore símbolo do Brasil. O ipê amarelo, de nome científico nem tão
complicado: tabebuia alba. Com muita
propriedade, pois suas flores amarelas, ao lado do verde das folhas, formam o
conjunto de cores que mais apropriadamente simboliza a nossa pátria. O
auriverde conjunto proporcionado pela majestosa árvore pode ser desfrutado de
norte a sul, Brasil afora. Curitiba pode ser a capital em que mais se destaca a
imponência dos ipês, não só os amarelos, mas também os roxos, em menor número,
é verdade, e também os brancos, estes só encontráveis aqui e acolá, meio
perdidos em algum quintal geralmente esquecido. Mas é em Porto Velho, capital
de Rondônia, que um ipê amarelo se destaca e nos dá uma lição de vida, vejam
só.
Foi
por uma questão de necessidade (???) humana que um espécime da árvore-símbolo
do Brasil virou um poste de luz. Sim, um poste da rede elétrica da cidade.
Cortada a árvore para a sua utilização na sustentação dos fios da rede, ela foi
lá cumprir a sua missão. Mas a árvore não se deu por vencida. Lutando
bravamente contra a morte, o cepo, agora investido no papel de ipê-poste,
agarrou-se à dura terra e deitou raízes. E voltou à vida tal como a Fênix
rediviva, Fez crescerem galhos e folhas e agora, como uma saudação especial à
vida, cobriu-se de flores. O ipê, sobrepujando a sua condição de símbolo,
tornou-se uma lição, mostrando a todos os brasileiros que, por mais que nos
submetam a interesses espúrios e alheios à nossa vontade, fazendo-nos padecer
imobilizados diante de injustas opressões podemos reunir forças para reagir e
mostrar ao mundo que somos capazes de desafiar até mesmo a morte. E viva o ipê
de Porto Velho.
Imagem:
http://site.noticiaproibida.org
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