sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Do Rui ao Joaquim, os baluartes da Nação



Um baiano nascido no século XIX e um mineiro contemporâneo. Dois juristas ilustres que se notabilizaram, cada qual ao seu tempo, no trato dos interesses da vida pública brasileira.

O primeiro era baiano e se notabilizou pelos discursos inflamados e inflamantes no Congresso Nacional, desde o fim do Império (que ajudou a sepultar) até os primórdios da República brasileira, que ajudou a fundar. Deputado federal, senador e ministro (também foi candidato à Presidência da República), sempre defendeu os mais legítimos direitos e anseios da população e passou à história por suas veementes condenações a todas as formas de desonestidade, acontecessem elas no âmbito oficial ou nos espaços da privacidade. É dele aquela famosa alocução: De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. Naquela época a palavra corrupção não era de uso corrente, embora as práticas fraudulentas já existissem (e abundassem). Se fosse habitual, certamente a palavra seria uma das mais pronunciadas por Rui Barbosa, o Águia de Haia, que tanto orgulhou o Brasil na II Conferência Mundial da Paz, em 1907, na cidade de Haia, Holanda, quando defendeu os princípios da igualdade entre as nações.
O segundo está aí, entre nós. Quando Joaquim nasceu, em 1954, Rui já estava morto e sepultado há 31 anos. Se vivo estivesse, contaria com 105 anos de idade. O destemido Joaquim é mineiro de Paracatu e exerce o seu mister no Supremo Tribunal Federal, onde se empenha, atualmente, em esclarecer e condenar as falcatruas perpetradas contra o povo brasileiro pelos quadrilheiros do chamado “mensalão”, um dos mais vergonhosos episódios da recente “Nova República”. Não se acovardando diante do poder dos corruptos e não tendo vergonha de ser honesto, vem denunciando sistematicamente a todos os envolvidos no escândalo, numa postura de autêntico sustentáculo das virtudes públicas, tão em falta nos tempos atuais. Joaquim se mostra como exemplo e, na sua cruzada contra os males praticados pelos que confundem o interesse público com os próprios, ainda que escusos, está conseguindo atrair a esmagadora maioria dos seus pares na instância maior do Judiciário brasileiro na seu embate pela redenção da moralidade nas esferas públicas da pátria idolatrada.
Ontem, como hoje, esses Barbosa, ambos abraçando as nobres causas do direito – Rui e Joaquim – realmente inflam o orgulho do povo auriverde.

comente esta matéria
ou mande um e-mail para
Sua opinião é muito importante para o
direcionamento das abordagens deste blog.
O autor agradece a sua participação
 

Nenhum comentário: