terça-feira, 23 de outubro de 2012

O alfaiate voador. Conheça esse figura



Era uma vez um alfaiate. Foi nos primórdios da aviação, bem no comecinho do século passado. O alfaiate Franz Reichelt, como já foi dito e repetido, era alfaiate. Austríaco de nascimento, trabalhava em Paris e gostava de meter o nariz onde não era chamado. Santos Dumont ou os irmãos Wright, sabe-se lá quem, já tinha(m) inventado o avião. Mas ninguém tinha se tocado em inventar o paraquedas. E na cabeça do intrépido mas despreparado Franz Reichelt a coisa foi borbulhando, borbulhando...

Dando bons tratos à bola, o alfaiate bolou um artefato que permitiria o salto de um avião lá nas alturas. Isso mesmo, um paraquedas. Ele convenceu todo mundo na Paris daquela época. Vocês entendem, né? No caso de um acidente com o avião, nunca se sabe, essas traquitanas podem falhar, né? E um motor de avião, quando engasga, tende a encontrar o chão com uma velocidade maior que a adequada. Nesses casos o piloto (ainda bem que não existiam aviões de passageiros naqueles tempos...) geralmente se ferrava, coitado. Pois o sabidão Reichelt bolou o “traje paraquedas” (espie a foto!) que, conforme os procedimentos usuais, precisava ser testado. Franz Reichelt não quis usar um boneco e também dispensou um, digamos, substituto (ou “boi de piranha” para ser mais claro – no jargão cinematográfico poder-se-ia dizer “um dublê”), oferecendo-se a si mesmo para o teste fatal, digo, final.
E, aos 32 anos de idade, precisamente no dia 4 de fevereiro de 1912, lá se foi o nosso herói para a Torre Eiffel – que, além de ser a construção mais alta de Paris, também concentrava a grande maioria das aventuras doidivanas daqueles tempos. Vestido com o seu terno-paraquedas, ganhou o espaço aéreo a partir do segundo patamar da torre, situado a não menos de sessenta metros do chão. Do mesmo chão que ele atingiu espetacularmente alguns segundos depois, esborrachando-se violentamente no duro calçamento. O infeliz alfaiate franco-austríaco não sobreviveu ao choque e o paraquedas, afinal, precisou ser reinventado.

comente esta matéria
ou mande um e-mail para
Sua opinião é muito importante para o
direcionamento das abordagens deste blog.
O autor agradece a sua participação
 

Nenhum comentário: