Era
uma vez um alfaiate. Foi nos primórdios da aviação, bem no comecinho do século
passado. O alfaiate Franz Reichelt, como já foi dito e repetido, era alfaiate. Austríaco
de nascimento, trabalhava em Paris e gostava de meter o nariz onde não era chamado.
Santos Dumont ou os irmãos Wright, sabe-se lá quem, já tinha(m) inventado o
avião. Mas ninguém tinha se tocado em inventar o paraquedas. E na cabeça do
intrépido mas despreparado Franz Reichelt a coisa foi borbulhando,
borbulhando...
Dando
bons tratos à bola, o alfaiate bolou um artefato que permitiria o salto de um
avião lá nas alturas. Isso mesmo, um paraquedas. Ele convenceu todo mundo na
Paris daquela época. Vocês entendem, né? No caso de um acidente com o avião,
nunca se sabe, essas traquitanas podem falhar, né? E um motor de avião, quando
engasga, tende a encontrar o chão com uma velocidade maior que a adequada.
Nesses casos o piloto (ainda bem que não existiam aviões de passageiros
naqueles tempos...) geralmente se ferrava, coitado. Pois o sabidão Reichelt
bolou o “traje paraquedas” (espie a foto!) que, conforme os procedimentos
usuais, precisava ser testado. Franz Reichelt não quis usar um boneco e também dispensou
um, digamos, substituto (ou “boi de piranha” para ser mais claro – no jargão
cinematográfico poder-se-ia dizer “um dublê”),
oferecendo-se a si mesmo para o teste fatal, digo, final.
E,
aos 32 anos de idade, precisamente no dia 4 de fevereiro de 1912, lá se foi o
nosso herói para a Torre Eiffel – que, além de ser a construção mais alta de
Paris, também concentrava a grande maioria das aventuras doidivanas daqueles
tempos. Vestido com o seu terno-paraquedas, ganhou o espaço aéreo a partir do
segundo patamar da torre, situado a não menos de sessenta metros do chão. Do
mesmo chão que ele atingiu espetacularmente alguns segundos depois,
esborrachando-se violentamente no duro calçamento. O infeliz alfaiate
franco-austríaco não sobreviveu ao choque e o paraquedas, afinal, precisou ser
reinventado.
Imagem:
http://klistro.blogspot.com.br
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