sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Suicídio indígena pode ser imaginação



O suicídio coletivo dos índios Guarany-Kaiowá, do Mato Grosso do Sul, amplamente divulgado pela mídia e pelas redes sociais, tem todas as evidências de ser apenas fruto da imaginação fértil de certos movimentos sociais ligados à causa indigenista.

Os índios Guarany-Kaiowá, da tribo de Pyelito Kue, no município de Iguatemi, Mato Grosso do Sul, na divisa com o Paraguai, estão, há mais de dez dias, cantando e dançando rituais de sua cultura em protesto contra a decisão da Justiça Federal que determinou a desocupação das terras da Fazenda Cambará, que os índios ocupam há cerca de um ano. Paralelamente, estão fincando cruzes no cemitério indígena local, fato que reforçou a indicação de um suicídio coletivo. A tribo é composta de cerca de 170 índios, sendo 50 homens e o mesmo número de mulheres, além de 70 crianças.
A suspeita de uma tragédia foi levantada quando os índios encaminharam uma carta ao Cimi (Conselho Indigenista Missionário), órgão ligado à Igreja Católica, com cópia à Funai, afirmando estarem “dispostos à morrer” caso venha a ser cumprida a determinação judicial, ordenada pelo juiz federal Henrique Bonachela. A notícia sobre um suposto “suicídio coletivo” rapidamente ganhou as redes sociais da internet e foi replicada por vários órgãos da imprensa, inclusive com ampla repercussão no exterior.
Em nota oficial, o Conselho Indigenista Missionário esclarece que, em nenhum trecho da carta houve referência a um suicídio coletivo, embora os índios tenham se referido a uma “morte coletiva”. Isto porque, segundo o Cimi, os índios consideram a região como berço de sua cultura e terra dos seus antepassados, não estando dispostos a abandoná-la em nenhuma hipótese. Por outro lado, os donos da Fazenda Cambará já se mobilizam na contratação de jagunços visando a sua desocupação. Esses fatos levaram os Guarany-Kaiowá a afirmarem que não se submeterão à retirada, preferindo morrer coletivamente do que abandonar o lugar. O Cimi também condenou a precipitada e inconsequente divulgação do famigerado “suicídio coletivo”, pois esse tipo de ilação só vem prejudicar a imagem brasileira no exterior e até mesmo a dos próprios índios.
O fato de estarem fincando cruzes no cemitério (foto) seria apenas um ingrediente destinado a aumentar a pressão indígena para a revisão da decisão judicial.

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