sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Idoso morre ao ver a conta de água



Aconteceu em Andradina, interior de São Paulo. Um aposentado que mora sozinho com a mulher numa casa modesta da periferia teve uma violenta crise nervosa e morreu quando constatou os valores das contas de consumo de água que lhe foram apresentadas pela empresa Águas de Andradina, que é vinculada à Prefeitura e tem a concessão do fornecimento no município.

O idoso Otílio Rodrigues da Silva, de 74 anos, recebeu a primeira das contas exageradamente elevadas no valor de R$ 5.132,78. Inconformado, dirigiu-se à concessionária, onde foi informado que, provavelmente, haveria um vazamento de água na sua casa. Ele então contratou um encanador, que substituiu toda a rede hidráulica do imóvel enquanto a concessionária trocava o hidrômetro. No mês seguinte, recebeu nova fatura, desta vez apontando um consumo correspondente a quase nove mil reais, sendo informado que teria de pagar mais esse valor, além daquela fatura de mais de cinco mil emitida anteriormente. Caso contrário teria o fornecimento cortado imediatamente.
Cada vez mais irritado e nervoso, o idoso dirigiu-se à uma emissora de rádio para registrar publicamente a sua indignação, mas teve o seu pedido recusado, aparentemente porque a emissora teria ligações políticas com o prefeito. Ele então se dirigia ao Forum, para registrar uma denúncia junto ao Ministério Público, quando se sentiu mal e teve uma parada cardíaca fulminante.
Curiosamente, uns dez dias antes da emissão da primeira fatura, um vereador teria denunciado, na tribuna da Câmara Municipal, o caso de emissão de faturas de consumo de água com valores absurdos, fato que estaria ocorrendo por problemas no sistema de faturamento da empresa concessionária do serviço em Andradina. Curiosamente, o vereador Edgar Dourado teria dito, entre outras coisas, que temia pela morte súbita de alguém que viesse a receber uma dessas contas de valor abusivo. Seria premonição?
As informações não esclarecem se o aposentado Otílio pertencia a uma corrente político-partidária contrária à atual administração municipal e, como também não há notícia sobre um exacerbado aumento do preço da água servida à população, tudo indica que sim. Neste caso, os administradores andradinenses encontraram uma nova e insuspeitada forma de eliminar adversários políticos. Só se espera que a moda não se alastre por aí...
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