Você já deve ter ouvido alguma coisa a respeito do Butão. Bem, não é todo mundo que teve essa oportunidade. O Butão é um pequeno país encravado na Cordilheira do Himalaia, espremido entre a Índia e o Tibete (China). Algumas notícias apontam o Butão como a nação mais fechada do mundo. Será só isso?
Em tradução livre, Butão significa a “Terra do Dragão”. Coisa de chinês, embora o país
tenha sido dominado pela Índia até meados do século passado, quando finalmente
conseguiu a sua independência. O governo do país é exercido pelo rei Jigme
Khesar Namgyal Wangchuck, mas o poder político e o governo propriamente dito fica
por conta do primeiro-ministro Jigme Thinler. Até uns sete anos atrás, o Butão
era uma monarquia absoluta, mas o último rei dessa fase, Jigme Singye
Wangchuck, pai do atual monarca, renunciou e instalou um regime democrático,
com eleições livres através das quais o povo escolhe os seus representantes,
inclusive o primeiro-ministro. Você pode perguntar se todos os butaneses se
chamam Jigme; provavelmente não, mas
foi esse o nome mais encontrado nas pesquisas (deve ser algo como o Manuel para os portugueses). A capital
do Butão é a cidade de Thimphu, também a mais populosa do país, com pouco mais
de 65 mil habitantes (o país inteiro tem apenas 700 mil pessoas). A religião
predominante – praticamente a única – é o budismo e a cultura foi praticamente
herdada do Tibete.
Pois agora o Butão quer ser a nação mais
feliz do mundo. Como medida inicial o governo instituiu o índice de Felicidade Nacional Bruta (em inglês GNH, de Gross National Happiness) para substituir o malfadado PIB - Produto Interno Bruto. Os pilares do GNH são: a) a promoção do
desenvolvimento econômico sustentável e igualitário; b) a preservação e
promoção dos valores culturais; c) a conservação do meio ambiente natural; d) o
estabelecimento de princípios morais rígidos na governança do país. Uma frase
do rei Jigme Wangchuck define a ótica butanesa sobre o autêntico desenvolvimento
social: “uma sociedade só se desenvolve verdadeiramente quando os avanços
material e espiritual se complementam e reforçam um ao outro”.
O Butão, que tem a maior parte da população
vivendo na área rural, quer eliminar totalmente o uso de produtos químicos na
lavoura até o ano de 2015. Embora apenas 3% do território seja propício para a agricultura,
o Butão produz alimentos suficientes para toda a sua população a ainda exporta
excedentes para a Índia. A taxa de desemprego é praticamente igual a zero. O país
até se ressente da falta de mão-de-obra para as atividades rurais. Em outras
frentes, foi totalmente proibido o uso do fumo e, todas as terças-feiras, não é
permitido circular de automóvel pelas ruas das cidades.
Gostou do Butão? Está pensando em mudar pra
lá? Pense bem. A felicidade dos butaneses, na ótica deles, tem algumas coisas que
podem nos soar desagradáveis: o turismo estrangeiro é rigorosamente controlado (e
limitado – só 3.000 pessoas por ano!) por causa do receio de contaminação
cultural; e a televisão, até há pouco duramente censurada, passou a ser
totalmente proibida. Vida noturna? Uma cervejinha? Nem pensar. E tem mais: no
Butão os homens usam saias.
Quer saber? Para alguns, felicidade tem gosto
do isopor.
Imagem:
http://mapa-mundi.com e http://viagem.uol.com.br
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