Em
várias oportunidades em que se verificaram abalos sísmicos, em diversas partes
do mundo, observadores garantem ter avistado misteriosas luzes azuladas no céu,
antes da eclosão do fenômeno. As estranhas luzes teriam aparecido exatamente
sobre o local considerado o epicentro do terremoto, como se fossem um aviso
sobre a iminência do abalo.
A
antecedência das luzes em relação ao terremoto propriamente dito varia de lugar
para lugar: em alguns casos, as luzes aparecem alguns dias antes, em outros,
apenas na véspera e, em outros ainda, no mesmo dia. Em alguns casos não se
verifica o aparecimento das luzes. A intensidade delas também é extremamente
variável: às vezes intensas, às vezes quase imperceptíveis.
Muitas
pessoas consideram o aparecimento das luzes como uma espécie de “aviso” e
muitos acreditam se tratar de algo sobrenatural. Mas há uma explicação
científica para o fenômeno. Estudiosos que analisaram esses fenômenos garantem
tratar-se de efeitos da piezoeletricidade,
resultante do atrito e da pressão mecânica sobre as placas tectônicas que se
chocam no subsolo, ocasionando o tremor de terra.
A
piezoeletricidade (termo derivado do grego piezein,
que significa “espremer” ou “comprimir”) é uma forma de energia elétrica
proveniente da pressão mecânica sobre certos tipos de minerais, especialmente a
mica, o quartzo, o feldspato e a calcita. Quando as rochas que contém algum
desses minerais são comprimidas, emitem pulsos elétricos, cuja intensidade pode
apresentar uma enorme gama de variação, dependendo da composição das rochas, do
seu volume e do nível de pressão exercida sobre elas. Esses pulsos elétricos
ionizam o ar próximo que se eleva em direção às nuvens. Em contato com estas,
por sua vez também eletrizadas, ocorrem os arcos elétricos emitindo as luzes
que são avistadas pelos observadores.
Nesses
casos também não faltam os profetas do apocalipse que acreditam em tramoias conspiratórias.
Eles apontam o observatório norteamericano HAARP, uma gigantesca estação que
emite ondas de rádio, localizada no Alasca, como a fonte de diversas alterações
climáticas ocorridas no planeta nos últimos anos, especialmente terremotos.
Nada mais equivocado. As luzes de terremoto são conhecidas desde a antiga
Grécia, existindo registros datados do século I a.C. Naqueles tempos, obviamente,
não havia explicação lógica para elas.
Um
ponto que poderia ser questionado, entretanto, é o aparente menosprezo das
autoridades públicas pelo fenômeno. O aparecimento das luzes de terremoto,
especialmente em locais já mapeados como vulneráveis aos abalos sísmicos,
poderiam ser usadas como sinal de perigo iminente, alertando a população e
propiciando, assim, melhores condições para a evacuação da região. É verdade
que, em muitos casos, o tempo é curto para a tomada de providências, mas em
outros casos não. E, enquanto se discute entre o misticismo e as teorias
conspiratórias, a ciência se equilibra sobre o muro da hesitação e muitas vidas
deixam de ser salvas.
A
imagem acima mostra as luzes de terremoto observadas sobre a cidade de San
Diego, por ocasião dos abalos sísmicos de 2010 na Califórnia, EUA.
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