Preste
bem atenção no título desta matéria e verifique que a última palavra não tem
acento. Agora vamos aos fatos. Você tem algum parente ou amigo doente,
precisando da chamada “alimentação parenteral”, aquela que é administrada
diretamente no sistema venoso da pessoa por causa de algum fator que impeça a
alimentação oral, normal? Se estiver, muito cuidado. Principalmente se esse
parente ou amigo estiver internado em algum hospital do Estado do Rio de
Janeiro.
É
que em alguns hospitais de lá o pessoal da enfermagem está entendendo a coisa
de forma meio direta. Se é para alimentar os pacientes, porque não lhe dar
alimentos? Por via oral ou parenteral, não importa. Comida neles, que é o que
importa. Parece ser essa a filosofia dos enfermeiros, auxiliares e estagiários
de alguns hospitais e clínicas fluminenses. Não vamos generalizar, mas os casos
estão se repetindo de forma assustadora. E assustadores também são os casos
relatados.
Domingo
passado uma senhora morreu num posto de atendimento médico da cidade de São
João do Meriti (Baixada Fluminense) onde estava internada por causa de uma
infecção pulmonar. Palmerina Pires Ribeiro (foto), que tinha 80 anos de idade, não
resistiu ao café com leite que lhe foi dado por uma estagiária do serviço de
enfermagem. Não é que ela seja alérgica ou não goste de café com leite. É que o
dito cujo lhe foi administrado pela via endovenosa. Quer dizer, diretamente na
veia. Pasmem.
Não
é só. Há cerca de uma semana, outra idosa, Ilda Vitor Maciel, de 88 anos,
estava internada na Santa Casa de Barra Mansa, no sul do Estado, vítima de um
AVC (acidente vascular cerebral) e estava em franco processo de recuperação.
Eis que ela, que dependia da alimentação parenteral, recebeu diretamente na
veia uma dose de... sopa. Isso mesmo, de sopa. A responsável foi uma enfermeira
da casa de saúde.
Autoridades
fluminenses estão perplexas com os casos e prometem rigorisa investigação (como
sempre, um “inquérito será instaurado”). Mas os órgãos responsáveis pelas
classes médicas e paramédicas estão acusando as escolas de enfermagem pela
péssima preparação dos profissionais que estão chegando ao mercado de trabalho
(cá entre nós, o problema não é só na are médica – embora nesta os efeitos
sejam mais sérios). No entanto, não seria o caso desses mesmos órgãos de classe
exercerem uma fiscalização mais rigorosa nos estabelecimentos de saúde? Ou
então, serem mais rigorosos com a habilitação de seus profissionais? E ainda
criticam a OAB por causa do rigoroso exame que aplica aos bacharéis de direito!
No
caso da idosa que morreu em Barra Mansa, a Santa Casa divulgou nota em que
afirma que ainda está investigando se a mulher morreu mesmo por causa da sopa
na veia. E a enfermeira afirmou que a senhora já estava se alimentando
normalmente, mas ela (a enfermeira) interpretou errado uma ordem que recebeu.
Teriam ordenado a ela: pode dar sopa pra
dona Ilda. Escreveram num bilhete: manda
sopa na véia. Ela entendeu “manda sopa na veia”. É nisso que dá formarem
pessoas analfabetas.
Imagem:
http://www.jornaldamidia.com.br
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