Arrepiem-se!
Talvez não seja preciso muito, mesmo porque parece que o inferno fica meio
longe. A porta dele fica na Rússia. Mais precisamente na estação científica de Zapolyarny, perto de Murmansk, um importante
porto russo no Mar Ártico, já dentro do círculo polar. A região pertencia à
Finlândia até 1944. Faz um frio de rachar na superfície terrestre. Nas
profundezas, um calor dos infernos. Literalmente.
Expliquemos:
No fim do século passado, por volta de 1970, ainda na época da União Soviética,
os russos decidiram abrir um buraco na península de Kola, que fica em Zapolyarny, movidos pela expectativa de encontrar
ouro e outros metais preciosos no subsolo, de acordo com sondagens geológicas.
Por um motivo não revelado a escavação do buraco prosseguiu muito além dos
3.000 metros originalmente previstos, talvez pela manifesta rivalidade com os
EUA, muito arraigada na época. É que em Oklahoma já existia o poço de Bertha Rogers, considerado então como a
perfuração mais profunda da crosta terrestre, com 9.583 metros. Os russos
chegaram aos 12.000 metros no poço de Kola quando alguns intrigantes problemas
começaram a surgir.
Primeiro
foi a temperatura. Muitas brocas deixaram de funcionar porque ficavam
totalmente derretidas. Mas a temperatura do buraco não ultrapassava os 300
graus Fahrenheit, bastante alta para os padrões humanos, mas para derreter uma
broca... ainda mais porque se tratava de brocas de titânio, teoricamente
resistentes a muitos e muitos milhares de graus. Depois foi o inusitado sumiço
de algumas brocas. Muitos trabalhadores acreditavam que as brocas estavam sendo
puxadas para baixo por forças desconhecidas.
Dos
12.000 aos 12.262 metros de profundidade a escavação levou nada menos que dez
anos (de 1979 a 1989 – quando acabou a URSS). Nessa altura (sem trocadilho) dos
acontecimentos, aconteceu um fato inusitado: de repente a broca em atividade
passou a girar numa velocidade surpreendentemente rápida, indicado ter atingido
um bolsão de gás ou vácuo, talvez uma caverna. O dr. Azzakov, geólogo russo e
coordenador do projeto, acreditando ter atingido a região das placas
tectônicas, mandou baixar um microfone palo buraco para que fosse possível
ouvir o ruído das tais placas.
Aí
começa a lenda. Talvez o longo tempo em que as informações sobre a operação
tenham ficado em segredo por questões políticas possa ter contribuído para a
mitificação do caso. Tudo começou quando uma revista da Finlândia, a Ammennusatia, publicou uma suposta
declaração do dr. Azzakov a respeito dos estranhos sons captados pelo
microfone. Não foram ruídos de placas tectônicas, mas sim... vozes humanas!
Gritos de dor e lamentação. Uma ou outra voz se fazia sobressair por instantes,
mas a impressão era de que se tratava de milhares, talvez milhões de vozes,
todas implorando misericórdia e gritando de dor. Os sons eram simplesmente
horripilantes. Metade dos trabalhadores da base de Kola bateram em retirada,
apavorados. E espalharam a história de que uma grande explosão teria acontecido
no interior do buraco, do qual surgiram demônios rastejando para fora. Não
esclareceram para onde os diabinhos acabaram indo, mas a lenda “pegou”. Hoje o
buraco de Kola está praticamente abandonado. Apenas cinco cientistas continuam
na estação científica de Zapolyarny (cuja foto ilustra esta matéria).
A
declaração atribuída ao dr. Azzakov dizia, literalmente: Sou um comunista convicto e portanto não acredito em Deus e nem no céu
ou no inferno. Mas me convenci hoje de que o inferno realmente existe e nós
batemos na porta dele.
Imagem:
http://www.queromedo.com.br
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