Pesquisadores do Centro de Educação
Profissional do Amapá (CEPA) estão convencidos de que o sítio arqueológico de
Calçoene, a 384 km de Macapá, identificado como Sítio Megalítico AP-CA-18 pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) é uma réplica
brasileira do famoso sítio de Stonbehenge, localizado em Salisbury, no sul da
Inglaterra.
Esse sítio do Amapá foi descoberto por Emílio
Goeldi em 1905 e tem cerca de dois mil anos. Está parcialmente soterrado e fica
praticamente sobre a linha do equador, um pouco mais para o hemisfério norte
(2º31’). O local já foi pesquisado, na década de 1920, pelo etnólogo alemão
Curt Niemandaju e, nos anos 50, pelo casal de arqueólogos norteamericanos
Clifford Evans e Betty Meggers. Mais recentemente, por estudiosos do Instituto
de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), quando ficou
conhecido como “Stonehenge brasileiro”.
O sítio de Calçoene possui, a exemplo do
famoso conjunto inglês, vários círculos concêntricos de pedras, sendo que as
maiores ficam no segundo círculo a partir da extremidade externa. As pedras de
Calçoene estão fincadas no solo em posição levemente inclinada, acompanhando os
movimentos solares pelo céu.
Segundo os estudos do CEPA, o local tem
características especiais que o identificam com Stonehenge, como a exata
medição do movimento solar. Por sua localização, quase sobre a linha do
equador, a disposição das pedras permite um preciso reconhecimento dos
equinócios, que é quando o sol atravessa exatamente a linha divisória dos
hemisférios terrestres, determinando a duração perfeitamente igual do dia e da
noite em todos os lugares do planeta.
O pesquisador Marcomede Rangel, do
Observatório Nacional do Ministério da Ciência e Tecnologia pediu que se
fizesse um teste, por ocasião do equinócio de inverno (ou de verão no
hemisfério norte), pelo qual constatou que a luz do sol poente, penetrando por
um buraco circular com cerca de 20 cm de diâmetro, em uma das pedras que se
destacam no conjunto, incide exatamente sobre o plano inclinado de outra,
distante cerca de 15 metros. Segundo Rangel, essa seria precisamente a linha do
equador. Quanto a essa interpretação, é necessário destacar que, segundo os
astrônomos, a linha do equador não é totalmente precisa, alterando-se por causa
das variações na inclinação do eixo da Terra. O teste que “descobriu” a “nova”
linha do equador foi realizado pelo administrado do sítio, que atende pelo
apelido de Garrafinha. Não foi
divulgada a origem do apelido, mas suspeita-se que o pesquisador Rangel não
quis ficar para constatar a descoberta para não ser posteriormente apontado
como o autor da façanha tendo Garrafinha a tiracolo. Por sua vez, o Governo do
Amapá continua estimulando estudos (com “aquela”
disposição costumeira dos órgãos oficiais auriverdes) visando identificar mais
algumas qualidades astronômicas do conjunto.
De qualquer forma, há a registrar algumas
diferenças do sítio de Calçoene em relação ao inglês Stonehenge: além do estado
de conservação do local, bem mais precário no caso do brasileiro, a disposição
das pedras em Calçoene também é bem mais rudimentar. Stonehenge, por sua vez, é
bem mais remoto, datando de uns 4.000 anos (Calçoene tem 2.000). Tenha ou não
algum sentido ainda não definido, fica claro que estamos mesmo atrasados em
relação ao chamado “primeiro mundo”, até mesmo nas nossas riquezas
arqueológicas.
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