terça-feira, 28 de agosto de 2012

Stonehenge brasileira fica no Amapá. Será?


Pesquisadores do Centro de Educação Profissional do Amapá (CEPA) estão convencidos de que o sítio arqueológico de Calçoene, a 384 km de Macapá, identificado como Sítio Megalítico AP-CA-18 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) é uma réplica brasileira do famoso sítio de Stonbehenge, localizado em Salisbury, no sul da Inglaterra.
Esse sítio do Amapá foi descoberto por Emílio Goeldi em 1905 e tem cerca de dois mil anos. Está parcialmente soterrado e fica praticamente sobre a linha do equador, um pouco mais para o hemisfério norte (2º31’). O local já foi pesquisado, na década de 1920, pelo etnólogo alemão Curt Niemandaju e, nos anos 50, pelo casal de arqueólogos norteamericanos Clifford Evans e Betty Meggers. Mais recentemente, por estudiosos do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), quando ficou conhecido como “Stonehenge brasileiro”.
O sítio de Calçoene possui, a exemplo do famoso conjunto inglês, vários círculos concêntricos de pedras, sendo que as maiores ficam no segundo círculo a partir da extremidade externa. As pedras de Calçoene estão fincadas no solo em posição levemente inclinada, acompanhando os movimentos solares pelo céu.
Segundo os estudos do CEPA, o local tem características especiais que o identificam com Stonehenge, como a exata medição do movimento solar. Por sua localização, quase sobre a linha do equador, a disposição das pedras permite um preciso reconhecimento dos equinócios, que é quando o sol atravessa exatamente a linha divisória dos hemisférios terrestres, determinando a duração perfeitamente igual do dia e da noite em todos os lugares do planeta.
O pesquisador Marcomede Rangel, do Observatório Nacional do Ministério da Ciência e Tecnologia pediu que se fizesse um teste, por ocasião do equinócio de inverno (ou de verão no hemisfério norte), pelo qual constatou que a luz do sol poente, penetrando por um buraco circular com cerca de 20 cm de diâmetro, em uma das pedras que se destacam no conjunto, incide exatamente sobre o plano inclinado de outra, distante cerca de 15 metros. Segundo Rangel, essa seria precisamente a linha do equador. Quanto a essa interpretação, é necessário destacar que, segundo os astrônomos, a linha do equador não é totalmente precisa, alterando-se por causa das variações na inclinação do eixo da Terra. O teste que “descobriu” a “nova” linha do equador foi realizado pelo administrado do sítio, que atende pelo apelido de Garrafinha. Não foi divulgada a origem do apelido, mas suspeita-se que o pesquisador Rangel não quis ficar para constatar a descoberta para não ser posteriormente apontado como o autor da façanha tendo Garrafinha a tiracolo. Por sua vez, o Governo do Amapá continua estimulando estudos (com “aquela” disposição costumeira dos órgãos oficiais auriverdes) visando identificar mais algumas qualidades astronômicas do conjunto.
De qualquer forma, há a registrar algumas diferenças do sítio de Calçoene em relação ao inglês Stonehenge: além do estado de conservação do local, bem mais precário no caso do brasileiro, a disposição das pedras em Calçoene também é bem mais rudimentar. Stonehenge, por sua vez, é bem mais remoto, datando de uns 4.000 anos (Calçoene tem 2.000). Tenha ou não algum sentido ainda não definido, fica claro que estamos mesmo atrasados em relação ao chamado “primeiro mundo”, até mesmo nas nossas riquezas arqueológicas.
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