Um prédio em São Paulo, onde
funcionava um antigo moinho, no bairro Bom Retiro, região central da cidade,
foi implodido no primeiro dia deste ano (domingo). Apesar de estar condenado
por um parecer técnico após um incêndio que devastou uma favela situada ao
lado, o prédio (já sem uso há trinta anos!) resistiu parcial e heroicamente à
tentativa de demolição através da técnica da implosão. Dos seis andares, quatro
não foram molestados pelos explosivos (ou implosivos?)
Especialistas no assunto
estão contestando a técnica usada na implosão, alegando que o prédio viria
integralmente abaixo se o serviço fosse feito corretamente. O prefeito de São
Paulo, Gilberto Kassab, afirma que o objetivo maior era a preservação de uma linha
férrea que passa ao lado da construção, motivo pelo qual a intensidade da
operação foi controlada.
Se apresentada antes do
evento, a alegação do prefeito poderia ser tomada como explicação. Dada depois,
soa como desculpa.
O prefeito paulistano não
foge muito dos padrões dos prefeitos brasileiros. Eles são como papais-noéis de
chopincenter: recebem milhares de pedidos, não dizem não a ninguém mas não
atendem a nenhum deles. E ainda inventam desculpas esfarrapadas quando são
questionados sobre a própria existência (estou falando dos papais-noéis,
claro). Quanto ao prédio do Bom Retiro, será posto abaixo a golpes de picareta,
como nos velhos tempos, e assim o prefeito quer mostrar Kassab das coisas!
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