terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Praga de bispo paralisa transposição


A transposição do Velho Chico padece de um mal pior que praga de madrinha: é praga de bispo!
A obra (foto Google - http://www.google.com.br) foi orçada em 6,8 bilhões de reais. Orçada! Isso quer dizer que o preço final não deve ficar em menos que uns dez bilhões, por baixo, depois das devidas correções e aditamentos contratuais, tudo baseado nos “competentes” pareceres de consultores especializados, tipo Antônio Palocci, Fernando Pimentel et símili.
Parece que as greves de fome do Bispo Dom Cappio (foto Wikipedia - http://pt.wikipedia.org) estão (por enquanto) alcançando um resultado mais amplo do que a economia da gororoba. Os serviços estão paralisados há mais de um ano e pipocam informações de que o Ministério da Integração Nacional, órgão ao qual está afeta a obra (ai, ai, ai!!!), está iniciando uma nova rodada de licitações para habilitar novas empreiteiras para a sua continuidade (confirmando exatamente aquilo que se temia: mais custos!)
Por enquanto, a exemplo de outras “obras” mastodônticas país afora, a da transposição mostra alojamentos depredados e saqueados, prédios com água e energia cortadas, obras civis comprometidas, compondo um triste cenário de abandono.
Quanto ao bispo, para quem não lembra, Dom Cappio, paulista de Guaratinguetá e bispo da Diocese de Barra (BA), é um dos mais ferrenhos opositores da transposição do Velho Chico, tendo feito duas greves de fome em sinal de protesto, nos anos de 2005 e 2007. Na segunda vez, chegou a ser internado numa UTI, na cidade pernambucana de Petrolina. Seus protestos receberam a adesão de personalidades internacionais, como o escritor Adolfo Perez Esquivel e a Fundação Kant, da cidade de Freiburg, Alemanha. Em 2009, essa instituição distinguiu o bispo com o título de “Cidadão do Mundo”, honraria conferida a pessoas que se destacam na defesa dos direitos humanos.
Em termos domésticos, continuamos com a novela, assistindo a reprise de desafios à natureza perpetrados à custa de (muito) dinheiro público. Vale a pena ver de novo?
Resta-nos rezar para que os poderes espirituais de Dom Cappio sejam suficientes para nos poupar de mais essa traquinagem politiconomicamente suspeita.

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